Uma análise econômica crítica da tese da decadência hegemônica dos Estados Unidos de Giovanni Arrighi

Giovanni Arrighi desenvolveu o modelo dos “ciclos sistêmicos de acumulação” associando as transições hegemônicas e as mudanças nos “regimes de acumulação” para estudar as origens e as transformações do sistema mundial. De acordo com essa teoria, Arrighi considera que a expansão financeira que se deu a partir dos anos 70 é o sinal claro que a hegemonia norte-americana já entrou numa “crise terminal”. Arrighi defende a idéia que os Estados Unidos estão presos numa espiral negativa do ponto de vista econômico que associa os desgastes orçamentários da Guerra no Iraque, o crescente aumento de seu endividamento, a perda de credibilidade do dólar como moeda internacional e a ascensão da China.

Este artigo se propõe a criticar a tese da decadência dos Estados Unidos elaborada por Giovanni Arrighi mostrando que a potência econômica norte-americana continua se mantendo numa posição hegemônica. Assim, a visão do endividamento dos Estados-Unidos como fonte de ameaça à sua estabilidade econômica e da suposta perda de centralidade do dólar a nível mundial é combatida. Da mesma forma, é rejeitado o argumento do peso das despesas militares como elemento de enfraquecimento econômico estadunidense. É, também, criticada a tese de Arrighi segundo a qual a taxa de retorno do estoque de capital investido no comércio e na produção deveria cair durante a fase de expansão financeira do hegemon. Enfim, é mostrado que a idéia de um deslocamento do poder econômico dos Estados Unidos para a China, que estaria se tornando um novo hegemon, parece, também, não corresponder à realidade.

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